Eu sempre ouvi dizer que por trás de um grande homem tem sempre uma grande mulher. Essa frase sempre me incomodou muito e, nas vezes que falei desse incomodo, disseram-me que era a vaidade que não me deixava enxergar seu verdadeiro significado.
Procurei imaginar a mulher que estava por detrás desse grande homem, a mulher que no anonimato se apaga para fazer brilhar a luz do seu companheiro. Talvez estivesse exagerando, não fosse assim tão ruim ser o amparo, o suporte. Nada, neste mundo, fazemos de graça! Há que haver um ganho seja de que tipo for. Qual seria o ganho dessa mulher, importante para o crescimento do outro?
Eu vi mulheres que lavavam e passavam para ajudar nas despesas enquanto o marido ia para a universidade, vi outras que escreviam seus discursos, mantinham a casa em ordem, os filhos “na linha”, para que seus homens pudessem progredir em seus estudos e/ou profissões.
Conversei com mulheres, apagadas na vida, sobrevivendo da fama de seus amores. Heroínas, valentes, mas solitárias em seus sonhos e desejos. Orgulhosas, leoas em defesa do que sente como seu, mas sem nada de realmente seu. Se o homem se vai, morre ou desaparece nos braços de outra, deixa o amargor da desilusão, da frustração sem tamanho, da frase feita: “fiz tanto por ele...”
Eis outra frase incômoda, estranha, que denota certo sadomasoquismo. Revela uma personalidade egoísta que não conseguindo fazer por si mesmo, enche o outro de feitos e dádivas esperando lambuzar-se em suas conquistas, tomando para si as glórias e as vitórias.
Por outro lado, há a esperança de ser notado, avaliado como cúmplice, mentor e benfeitor; o desejo quase secreto de ser insubstituível, onipotente e dona daquela vida venturosa.
Pareço cruel, rigorosa demais?
Rigorosa, talvez, sempre corremos o risco de ser rigorosos quando falamos do outro, mas cruel... Crueldade maior é viver uma vida de sonhos que se realizam fora de nós, por transferência.
Não! Decididamente eu discordo de que por trás de um grande homem exista uma grande mulher. Existe, talvez, uma pessoa com uma autoestima fragilizada, uma criatura que se realiza no outro.
Acredito, sim, no caminhar lado a lado, por isso creio na mulher que eleva seu companheiro sem diminuir-se, que o ajuda a crescer sem limitar seu próprio crescimento. Aquela mulher que aplaude em pé seu homem, sem perder o seu momento de conquista. Existem muitas mulheres que são companheiras, esteios, porto seguro, mas que não abrem mão de fazer brilhar a sua luz, realizando-se como pessoa, contribuindo para o seu desenvolvimento, mulheres comuns que se tornam raras por sua garra.
Para melhor ilustrar, trago dois exemplos de vencedoras que caminharam ao lado de grandes homens:
Procurei imaginar a mulher que estava por detrás desse grande homem, a mulher que no anonimato se apaga para fazer brilhar a luz do seu companheiro. Talvez estivesse exagerando, não fosse assim tão ruim ser o amparo, o suporte. Nada, neste mundo, fazemos de graça! Há que haver um ganho seja de que tipo for. Qual seria o ganho dessa mulher, importante para o crescimento do outro?
Eu vi mulheres que lavavam e passavam para ajudar nas despesas enquanto o marido ia para a universidade, vi outras que escreviam seus discursos, mantinham a casa em ordem, os filhos “na linha”, para que seus homens pudessem progredir em seus estudos e/ou profissões.
Conversei com mulheres, apagadas na vida, sobrevivendo da fama de seus amores. Heroínas, valentes, mas solitárias em seus sonhos e desejos. Orgulhosas, leoas em defesa do que sente como seu, mas sem nada de realmente seu. Se o homem se vai, morre ou desaparece nos braços de outra, deixa o amargor da desilusão, da frustração sem tamanho, da frase feita: “fiz tanto por ele...”
Eis outra frase incômoda, estranha, que denota certo sadomasoquismo. Revela uma personalidade egoísta que não conseguindo fazer por si mesmo, enche o outro de feitos e dádivas esperando lambuzar-se em suas conquistas, tomando para si as glórias e as vitórias.
Por outro lado, há a esperança de ser notado, avaliado como cúmplice, mentor e benfeitor; o desejo quase secreto de ser insubstituível, onipotente e dona daquela vida venturosa.
Pareço cruel, rigorosa demais?
Rigorosa, talvez, sempre corremos o risco de ser rigorosos quando falamos do outro, mas cruel... Crueldade maior é viver uma vida de sonhos que se realizam fora de nós, por transferência.
Não! Decididamente eu discordo de que por trás de um grande homem exista uma grande mulher. Existe, talvez, uma pessoa com uma autoestima fragilizada, uma criatura que se realiza no outro.
Acredito, sim, no caminhar lado a lado, por isso creio na mulher que eleva seu companheiro sem diminuir-se, que o ajuda a crescer sem limitar seu próprio crescimento. Aquela mulher que aplaude em pé seu homem, sem perder o seu momento de conquista. Existem muitas mulheres que são companheiras, esteios, porto seguro, mas que não abrem mão de fazer brilhar a sua luz, realizando-se como pessoa, contribuindo para o seu desenvolvimento, mulheres comuns que se tornam raras por sua garra.
Para melhor ilustrar, trago dois exemplos de vencedoras que caminharam ao lado de grandes homens:
Zélia Gattai Amado (1916/2008), escritora, fotógrafa e “memoralista” (como se auto intitulava), foi esposa do escritor Jorge Amado. Trabalhou ao lado do marido, datilografando seus originais e o auxiliando no processo de revisão sem, contudo, deixar de estudar e aprimorar-se. Aos 63 anos começa a escrever suas memórias, tendo o primeiro livro da série, “Anarquista Graças a Deus”, transformado em minissérie da Rede Globo de Televisão.
Dessa maneira concluimos que a referida frase deveria ser inutilizada. Seria bem melhor se proferíssemos: "Ao lado de um grande homem tem sempre uma grande mulher" (e vice-versa), até porque toda conquista é mais saborosa quando bem compartilhada.
Postado por Isabel Ruiz
Oi, João, obrigada por compartir meu texto. Um grande abraço
ResponderExcluirIsabel Ruiz